PIONEIROS

          Se em 1924 já havia muitos moradores no atual município de Galvão, na década de 1940, a população seria bem maior. Mas aglomeramentos humanos ou vilas em toda a região de Clevelândia ao Barracão eram poucos e precários. Começava a surgir Vila Nova, hoje Pato Branco, com algumas casas e ranchos. O Faxinal de Campo Erê tinha um ajuntamento de aproximadamente 10 casas. Chapecó engatinhava, pois tinha se tornado sede do município somente em 1931.

          Em Galvão, desde a atual cidade até o Alto Rio Martins, estabeleceram-se moradores a partir de 1930, segundo conta Napoleão Rosa de Lima.

NAPOLEÃO ROSA DE LIMA

          Napoleão Rosa de Lima nasceu em Pedra Branca, hoje Coronel Martins, em 16 de agosto de 1912, sendo filho de Francisco Rosa de Lima e Jorgina Correa Linhares. Dos 13 aos 30 anos morou na Fazenda Hauer, hoje Alto Rio Martins.

          Por volta de 1943, proveniente de Palmas, chega na Fazenda São Miguel, Francisco dos Santos, conhecido como Chicuta, que adquiriu ali boa quantidade de terras da Familia João Araújo Pimpão. Em 1946 chega seu irmão João Santos, apelidado “Menota”.

          Francisco Rosa de Lima, apelidado Chicutinha, por sua vez, vai trabalhar para Francisco dos Santos e dele também comprou terras.

          As terras de Pedra Branca e Coronel Martins pertenciam a Manuel Lustosa Martins, desde 1937/1938.

          Foi Francisco dos Santos o homem mais importante do lugar. Trabalharam para ele ou dele compraram terras não apenas Francisco Rosa de Lima como Pedro Ivo de Quadros, que chegou a Fazenda São Miguel em 1945.

          Homem antigo a morar em Alto Rio Martins foi também Joaquim do Amaral, tendo aqui chegado em 1910, aproximadamente, na mesma época de Francisco Rosa de Lima.

          Conta ainda Napoleão Rosa de Lima que o conhecido Osório Sampaio se estabeleceu em Galvão, por volta de 1936. Osório era seu conhecido e parceiro de “carreiradas” nas “raias” de cavalo, muito frequentes naqueles tempos.

          Napoleão Rosa de Lima sempre viveu no município de Galvão, ou vizinho. É casado com Joana Rosa de Lima e reside na cidade de Galvão, desde 1983. Está plenamente lúcido, apesar dos seus 80 anos.

FRANCISCO ANTÔNIO DOS SANTOS

          É a pessoa de maior importância para a História de Galvão. Gaúcho de Carazinho, emigrou para Palmas, no Paraná, em 1937. Em 1942 adquiriu da Família Araújo Pimpão a Fazenda São Miguel, hoje situada no município de Galvão, onde veio a residir em novembro de 1943.

          Nas proximidades desta Fazenda, localidade de Alto Rio Martins, construiu sua primeira casa, de tábuas lascadas, coberta de tabuinhas e de chão batido.

          No Alto Rio Martins, Francisco Antonio dos Santos instalou também uma “bodega”, em sociedade com Germano Zilio, em 1946.

          Logo depois, em 1950 adquiriu um caminhão Studbacker, o primeiro a rodar nas “picadas” do lugar onde hoje existe Galvão.

          Em 1948, ainda por iniciativa de Francisco Antônio dos Santos é levantada a primeira Capela do Alto Rio Martins.

          A primeira escola é anterior. Data de 1944, tendo como primeira professora Aurora Spíndola. Seguiram-se os professores: Doracília dos Santos Schimitt (1948), Osvaldo Costa (1955) e Natália Borges Godoy (1957/1967).

          Entre os métodos de trabalho naqueles idos tempos estava o “puxeirão”, espécie de “mutirão”. Consistia o puxeirão em serviço de roça feito por turmas compostas de dezenas de trabalhadores, no tempo ótimo para roçado, plantação e colheita de milho e feijão.